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Em busca do bergantim, a 650 m de profundidade

Looking for the brigantine, 650 m/2,130 feet deep

To serch for the Italian brigantine Bienaimé Prof. Luigi, the Project coordinators Augusto Salgado and Jorge Russo boarded the Portuguese Navy Hydrographic ship NRP Gago Coutinho, on the morning of 27th of May 2014, from the Naval Base of Alfeite, Almada, Portugal, for a oportunity misson with the EMEPC - Portuguese Continental Shelf Extension Project.

The NRP Gago Coutinho, does not exceeds 10 knots, since this ship was designed by the US for underwater search during the Cold War, that is, has a slow but silent propulsion, essential quality for mission for which it was designed and built. As a hydrographic ship, with geophysical capabilities, this feature is vital, along with the fact that it is therefore very economical in fuel consumption. This articulation makes this ship an excellent platform for these missions.

We arrived around 23:00 at Sagres, and immediately started the geophysical detection search, in the area reported in the U-35 War Diary, with oriented north-south lanes, always with overlapping not less than 25% between lanes, using the ship multibeam echo sounder.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

We used geophysics, even though the remote possibility of the detection of notable and clear targets, since the resolution of the multibeam is, at about 2,130 feet (650 m) deep, about 164 feet (50 m). This task was carried out throughout the night of the 28th, to try to detect targets and investigate them that morning, with the ROV Luso.

 A total of four targets were selected to investigate with the ROV, three from the geophysics, and the coordinates from the U-35 War Diary.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

At 08:00, the ROV Luso started its relatively long descent down to 2,130 feet (650 m) deep, about 40'.

Note that this ROV, the only one in the Iberian Peninsula of its kind,  has high resolution cameras and excellent optical, which in conjunction with the excellent lighting, produces a visual tracking, in real time, of high accuracy, from the control and operation room.

Even with the quality of this monitoring, that depth, the very low light that reaches the bottom, implies that only a glimpse of a few meters ahead of the ROV is watched. Thus, the use of powerful sonar built in the ROV, is absolutely critical. This sonar is able to detect a soda bottle a few hundred meters away, so the team was optimistic in the detection of archaeological evidences. Note that the very competent, motivated and dedicated staff who operate and maintain the ROV had not worked before in this context, therefore, this mission would also serve to evaluate potentialities and limitations.

One by one, the targets were investigated, and one of them, detected in ROV sonar, it was possible to identify and observe a wooden structure. The slow-growing corals on it, suggests the wood was old.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

It is obviously not possible, based on these data, to establish a direct and linear connection between the identified wooden structure and the wreck of the Italian brigantine, but the fact that this target was exactly on the coordinates of the U-35 War Diary, raises the possibility.

At the end of this mission, no other archaeological evidence was detected, which implies the continuity of this objective for future missions.

We believe that the Italian brigantine’s cargo of kaolin (China Clay), does not helps as a facilitator in the detection of his wreck, since almost 100 years after its sinking, distinguishing the cargo and the bottom sediments, is a task at least difficult.

Na busca dos destroços do bergantim italiano Beinaimé Prof. Luigi, os elementos coordenadores do Projeto, Augusto Salgado e Jorge Russo, embarcaram no NRP Gago Coutinho, na manhã do dia 27 de maio de 2014, a partir da base Naval do Alfeite, para uma missão de oportunidade com a EMEPC - Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental.

O NRP Gago Coutinho possui uma navegação que não excede os 10 nós, uma vez que este navio foi concebido pelos EUA para a busca submarina do período da Guerra-Fria, ou seja, possui uma propulsão vagarosa mas silenciosa, qualidade essencial para a missão para a qual foi construído e desenhado. Como navio hidrográfico com capacidades geofísicas de ponta e de grande profundidade, esta característica é vital, a par do facto de ser consequentemente muito económico no gasto de combustível. Esta articulação faz deste navio uma excelente plataforma para estas missões.

Chegados por volta das 23h00 a Sagres, iniciámos de imediato as fiadas de deteção geofísica, orientadas grosso modo Norte-Sul, sempre com sobreposição não inferior a 25% entre fiadas, utilizando sondador multifeixe.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Recorreu-se à geofísica, mesmo sabendo da possibilidade remota de deteção de alvos notáveis e claros, uma vez que a resolução do Multifeixe é, a 650m de profundidade, de cerca de 50m. Esta tarefa realizou-se durante toda a madrugada do dia 28, a fim de tentar detetar alvos para que pela manhã, o ROV Luso pudesse investigar todos eles, a par do local exato das coordenadas constantes do Diário de Guerra do U-35, ainda que estas não sejam finas, primeiro porque não se conhece o Datum utilizado, depois porque não possuem segundos, como vimos antes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pelas 08h00 o ROV LUSO iniciou a sua relativamente longa descida até aos 650m de profundidade, cerca de 40’, quando se iniciaram as investigações dos alvos adquiridos na geofísica dessa madrugada.

Tínhamos adquirido e identificado durante a noite, para além das coordenadas supracitadas, três alvos adicionais. Estes quatro alvos foram então localizados e investigados pelo ROV.

De notar que este ROV possui câmaras de alta resolução e lentes muito luminosas, o que em articulação com iluminação de excelente qualidade e capacidade, em potência e raio de abertura, produz um acompanhamento visual, em tempo real, de elevada acuidade, a partir da sala de comando e operação.

Mesmo com a qualidade deste acompanhamento, aquela profundidade, a muito fraca luminosidade que ao fundo chega, implica que se vislumbre apenas alguns metros à frente do ROV. Deste modo, o recurso ao potente sonar do ROV é absolutamente crítico. Este sonar é capaz de detetar uma garrafa de refrigerante a algumas centenas de metros de distância, pelo que a equipa estava otimista na deteção material do destroço, se este fosse localizado no fundo. De notar que a muito competente, motivada e dedicada equipa que opera e mantém o ROV, não tinha antes trabalhado neste contexto, pelo que, esta missão serviria também para avaliar potencialidades e limitações.

Um a um, os alvos foram investigados e num deles, detetado no sonar do ROV, foi possível identificar e observar uma estrutura de madeira, decerto antiga pela existência nele de corais de crescimento lento.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Naturalmente que, não é possível apontar qualquer ligação entre este fragmento de madeira e o bergantim Italiano mas, o facto de este alvo corresponder exatamente às coordenadas do Diário de Guerra do U-35, levanta essa possibilidade, de forma não remota.

No final desta missão, nenhum outro testemunho material foi detetado, o que remete a continuidade deste objetivo para futuras missões, que se pretendem de facto levar a cabo.

Estamos convictos que o facto da carga do bergantim Italiano ter sido constituída por caulino, não concorre como facilitador na deteção do seu destroço, uma vez que quase 100 anos após o seu afundamento, distinguir este material e os sedimentos de fundo é tarefa, no mínimo, difícil.

Aspeto da geofísica por Multifeixe a bordo do NRP Gago Coutinho (Fotografia de Jorge Russo)

Multibeam on the NRP Gago Coutinho (Photograph by Jorge Russo)

O ROV Luso (Fotografia de Jorge Russo)

The ROV Luso (Photograph by Jorge Russo)

Estrutura de madeira identificada com o ROV Luso (Fotografia de Augusto Salgado)

Wooden structure, found with the ROV Luso (Photograph by Augusto Salgado)

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